Homenageado do 21º Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema, o ator Daniel de Oliveira (“Cazuza – O Tempo Não Pára” – foto por Rogério Resende) foi agraciado com o Trofeu Eusélio Oliveira pela sua contribuição à produção audiovisual brasileira. Rosto conhecido do grande público por seus diversos papéis em novelas, o jovem ator é também um grande expoente do cinema nacional.
Em conversa com o Cinema com Rapadura, Daniel falou sobre seu próximo longa, “A Montanha”, dirigido por Vicente Ferraz (“El Último Comandante”). O filme narra a história de uma tropa da Força Expedicionária Brasileira encarregada de neutralizar campos minados em meio às batalhas travadas na Segunda Guerra Mundial. A oportunidade de participar do filme surgiu quando Daniel encerrava seu trabalho na novela “Passione”, da Rede Globo. O colega de cena Júlio Andrade falou sobre Ferraz e o processo de pré-produção do longa – iniciado em 2007 -, mas Daniel negou o convite inicial para integrar o elenco por conta de projetos paralelos. “Mas nossos caminhos acabaram se acertando e entrei para o filme“, conta.
Segundo o ator, “A Montanha” foca no lado humano da guerra. “É um filme sobre desertores, na verdade. Começa com um ataque inicial, uma situação de perigo que acaba mexendo com todo o grupo. Os homens entram em pânico e fogem de si mesmos, cada um à sua maneira. Há outros desertores também: um alemão que é contra o nazismo e um italiano que não apoia Mussolini”, definiu.
Na preparação para viver o papel de Gui, Daniel e seus companheiros de elenco contaram com treinamento em uma unidade do exército brasileiro em Pindamonhangaba, São Paulo. “Não conheci nenhum veterano da Força Expedicionária, mas tivemos um treinamento intenso e vimos o sofrimento que era para os soldados. Desminamos um campo e tudo!”, lembrou o ator. A preparação continuou em locações no norte da Itália, onde onde o filme foi rodado durante um rigoroso inverno. Lá, o elenco contou com a ajuda de um italiano especialista em Segunda Guerra, que passou conceitos e colaborou para dar aos atores uma noção geral do conflito. Vê-se que a preocupação com a fidelidade histórica é um dos pontos altos do longa.
E sobre a importância de retratar no cinema uma passagem histórica tão importante para o nosso país? Daniel acha que é sim necessário jogar uma luz em um assunto tão interessante, e sente-se feliz em poder despertar algum interesse pelo assunto nos espectadores do filme.
A trama de “A Montanha” traz a história dos soldados Guimarães (Daniel Oliveira), Tenente (Julio Andrade), Piauí (Francisco Gaspar) e Laurindo (Thogum), que sofrem um ataque de pânico coletivo no sopé do Monte Castelo, e perdem-se em meio à neve e ao desespero. Depois de se reencontrar, o grupo tem que decidir: tentar voltar ao batalhão e ser acusado de abandono, enfrentando assim a Corte Marcial, ou voltar para a posição da noite anterior correndo o risco de sofrer um ataque surpresa do inimigo.
Resultado de uma co-produção entre Brasil, Itália e Portugal, o orçamento de ”A Montanha” é estimado em cerca de R$ 9 milhões. O elenco conta ainda com o italiano Sergio Rubini, o alemão Richard Sammel (“Bastardos Inglórios”) e o português Ivo Canelas. A previsão de estreia é para o final do ano.
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